Texto: Ricardo Neto *** Foto: Lourenço da Silva
São-Tomé, 06 Jun ( STP-Press ) – O Conselho de Estado são-tomense propôs ao Presidente da República, Evaristo Carvalho a realização de um diálogo nacional, envolvendo, todos órgãos da soberania, partidos políticos e sociedade civil, de modo a “arrumar o País em função dos interesses nacionais”, num clima de entendimento, paz e estabilidade política, anunciou hoje o porta-voz da reunião Pinto da Costa, o antigo presidente são-tomense.

Na qualidade do porta-voz da reunião esta manhã do Conselho de Estado, o ex-presidente da República, Manuel Pinto da Costa disse que “nesta reunião chegamos a conclusão que se torna necessário abrirmos o País a um diálogo sob orientação do Presidente da República, com partidos políticos, sociedade civil organizada, para definitivamente começarmos nós próprios a conhecermos São Tomé e Príncipe e chegarmos a conclusão o que já temos em acerto com consensualidade”.

Tendo considerado que que “ o País está completamente desarrumado”, Pinto da Costa, sustentou que “temos de arrumá-lo em função da aquilo que pretendemos fazer com o País,”, considerando ser “um trabalho importante que deve ser feito rapidamente e, propusemos este trabalho ao Presidente da República, e ele tomou boa nota”.

Questionado sobre eventual expediente visando uma hipotética queda do governo, Pinto da Costa disse que “ não vai haver queda do governo, nesta reunião saiu a necessidade da gente criar um espaço para melhor entendimento e diálogo entre os órgãos da soberania, sem o qual, corremos o risco de fazer política em função de interesse partidário”.

Quanto a estabilidade, paz e tranquilidade, Pinto da Costa condiciona que “ enquanto não resolvermos o problema de fundo que está ligado as preocupações essenciais dos são-tomenses não haverá estabilidade”, apontado como exemplo falta de emprego, sobretudo, para juventude.

Tendo apelo a “sociedade civil a organizar-se para se combater a ditadura dos partidos políticos” Pinto da Costa disse “ nós chegamos a conclusão que estamos numa sociedade que é preciso ter muito cuidado, ela está completamente partidarizada, está tão partidarizada que influência qualquer um de nós e, muitas vezes temos de partidarizar para garantirmos a sobrevivência”.

“ Vem um governo, põe gente do seu partido e tira gente que não é do seu partido e quatro anos depois, vem outro partido e faz o mesmo, daí ficamos no vai e vem e não saímos disto” – disse Pinto Costa, sustentado que “cada um tem o direito de pertencer a partido que quiser, mas ele só não tem o direito de fazer mal à São Tomé e Príncipe”.

Sem natureza vinculativa, o Conselho de Estado é um órgão de consulta do Presidente da República, composto pelo presidente do Parlamento, primeiro-ministro, presidente do Tribunal Constitucional, procurador-geral da República, presidente do Governo Regional do Príncipe, antigos presidentes da República, três cidadãos idóneos designados por Presidente da República e três cidadãos eleitos pelo Parlamento.
Fim/RN