Texto: Ricardo Neto *** Foto: António Amaral “InterMamata”
São-Tomé, 12 Dez ( STP-Press ) – O governo são-tomense reconhece e prioriza o turismo como um dos “potenciais galvanizadores do processo de transformação económica do País” – declarou hoje o ministro do Trabalho em cerimónia de validação de um estudo sobre trabalho digno na presença do representante regional da OIT.

O ministro Adlander Matos fez estas declarações hoje num dos hotéis na cerimónia de abertura do atelier de “validação do estudo sobre a situação do trabalho digno nos sectores hoteleiro e de restauração” na presença do director sub-regional da OIT, para Camarões, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe, François Murangira bem como altos responsáveis sindicais, da Câmara de Comércio e demais parceiros de desenvolvimento.
“ O governo reconhece e prioriza os serviços turísticos enquanto um dos potenciais galvanizadores do processo de transformação económica do País” disse Adlander Matos, tendo sublinhado que “ aproveitando, como é lógico, a exuberância das nossas paisagens, sua beleza única, a nossa tranquilidade social…as quais oferecem largas oportunidades para o desenvolvimento do turismo”.

“ Para que o país, realmente, aproveite com sucessos todas potencialidades do turismo é imprescindível, dar uma atenção muito especial aos trabalhadores dos sectores hoteleiros e de restauração” – disse Adlander de Matos, tendo sustentado que “ pois, não há desenvolvimento do turismo, sem a prática de trabalho digno nestes sectores”.
Tendo considerado que “ o trabalho digno não pressupõe apenas boa remuneração” este governante argumentou que “ pressupõe o respectivo efectivo pelos diretos fundamentais dos trabalhadores e as suas realizações pessoais, concluindo que “ não basta ver o trabalho apenas como uma fonte de renda”.
Na sua intervenção o director sub-regional da OIT , François Murangira disse “ o arquipélago de São Tomé e Príncipe constitui hoje um destino turístico com procura significativa”, tendo sublinhado que “ o número de turistas cresce constantemente, tornando-se um setor importante da economia nacional”.

Citando as palavras do ministro da tutela, François Murangira disse que “ o turismo constitui o ouro de são Tomé e Príncipe! Portanto, torna-se necessário velar para que os pilares relativos ao trabalho digno sejam respeitados”.
“É neste âmbito que, no quadro do projecto de reforço das capacidades das organizações de trabalhadores e empregadores a OIT decidiu apoiar as organizações de trabalhadores na realização deste estudo”, – adiantou François Murangira.
Tendo declarado que “o sector de turismo e hotelaria constitui um dos sectores que mais cresce no mundo, contribuindo, assim para o crescimento do PIB em muitos países, Murangira disse “em virtude da sua alta intensidade de mão-de-obra e do seu significativo efeito multiplicador no emprego em setores relacionados, é uma importante fonte de emprego, principalmente para mulheres, jovens e trabalhadores migrantes”.

Na sua intervenção, Costa Carlos, secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores, UGT_STP, disse que “ não podemos deixar de expressar aqui que as organizações sindicais aqui presentes continuarão se batendo para que todos os trabalhadores do sector hoteleiro e não só, vivam uma vida melhor segundo os ditames do trabalho digno nos termos dos ODS que o país se propôs deciminar e desenvolver”.
“ Não podemos escamotear que no mundo de hotelaria e turismo, os empregadores ainda usam a precariedade como forma de intimidar os trabalhadores de exercerem o contraditório como forma de alavancar o progresso” – disse Costa Carlos, sublinhando que “ infelizmente, ainda assistimos o desrespeito às leis marcado por não pagamento de horas extraordinárias, longas horas de trabalho sem o devido descanso…”.

“ Falar em aumentos salariais e melhores condições de trabalhado é como que partir braço ao santo; ou seja, algo que brada aos céus”- disse Carlos, adiantando que “ mas, os patrões não param de adquirir bens e serviços que muitas vezes extravasam o cúmulo da pouca-vergonha”.
O representante da Câmara do Comércio, Agostinho Dória disse que “ é lamentável testemunhar que o cidadão pela urgência de sobreviver, submete-se a diferentes formas e condições de trabalho, sem maiores reações em busca de um rendimento mínimo, pois a vontade e a liberdade desse cidadão desaparecem diante da necessidade do momento”.

Agostinho Dória acrescentou que “ ninguém é ou sente-se livre em estado de miséria. A verdadeira liberdade está no direito de usufruir direitos”.
Fim/RN