São-Tomé, 05 Mai 2024 (STP-Press) – O ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Assuntos Parlamentes e Coordenação do Desenvolvimento Sustentável, Lúcio Magalhães, que tutela a Comunicação Social, deu boas novas aos jornalistas e técnicos da Comunicação Social são-tomense, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, assinalado na sexta-feira (03), em acto central no Centro Cultural Português.

Num debate com vários protagonistas, organizado pelo Conselho Superior de Imprensa, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social e a Associação dos Jornalistas são-tomenses, o que mais se ouviu foram as críticas e lamentações dirigidas aos sucessivos governos pelo “mau estado” da classe jornalística, não só em termos da qualidade do serviço prestado, como da falta de condições de trabalho para o exercício da actividade.

Os jornalistas apontam o dedo aos sucessivos governos, que acusam de “influenciar politica e governativa a liberdade de imprensa”, e pelo “mau estado das condições de trabalho, falta de equipamentos, baixo salário e outras motivações” e uma “atitude propositada para não mudar o estado da Comunicação Social e as condições de trabalho e de vida dos seus profissionais”.

O presidente da Associação de Jornalistas, Juvenal Rodrigues, afirmou que “a situação dos profissionais e colaboradores dos órgãos da Comunicação Social, particularmente, os estatais é deplorável. O descontentamento está alastrado, a motivação nos níveis mais baixos e a desesperança é uma manta pesada por um conjunto de factores”.

“Neste cenário é difícil prestar um serviço público de qualidade,.. Contudo, esta diversidade conjuntural e estrutural deve servir de gatilho para promover a transformação, perante os desafios que a classe e o pais enfrentam” – considerou Juvenal Rodrigues.

Para o presidente da Associação de Jornalistas são-tomenses “é fundamental a mudança de mentalidade e de atitude dos que trabalham nos midias”.

Por seu turno, o presidente do Conselho Superior de Imprensa, Edmar Teixeira, pediu intervenção urgente na comunicação social, que disse “estar mal”.

Edmar Teixeira considerou que a comunicação social são-tomense vai mal, que a verdade é ameaçada pela mentira, defendendo a independência e a imparcialidade dos órgãos, formação, meios e condições de trabalho, assim como responsabilidades pelo serviço prestado.

O presidente do CSI lembrou que a liberdade de imprensa constitui a base da democracia e da justiça, contribuindo para formar opiniões, formar e informar na base da verdade, construindo pontes entre as pessoas.

No entanto, acrescentou que a liberdade de informar não é absoluta, na medida em que esbarra nos direitos de outrem, nomeadamente no direito à imagem, ao bom nome e o direito à vida privada, não podendo ser usada de forma leviana, sob pena de responsabilização.

O ministro Lúcio Magalhães, dirigindo-se à classe, reconheceu as dificuldades materiais dos órgãos de comunicação social estatais, assegurou que o XVIII Governo está empenhado em melhorar o que é urgente, e considerou que o “jornalismo sensacionalista, destrutivo ou de escândalo deve ceder lugar ao jornalismo de pesquisa, de investigação e interpretação reflectida”.

O ministro reconheceu a importância da liberdade de imprensa para uma sociedade que se quer democrática e anunciou os esforços do executivo na transição analógica para digital do sistema audiovisual nacional.

Lúcio Magalhães disse que “o governo retomou as diligências com os parceiros para ultimar soluções no sentido de São Tomé e Príncipe entrar realmente na transição de sinal analógico para o sistema digital”, e que o governo está empenhado para que “qualquer coisa de útil aconteça, … que a vontade política é bastante, …. importante são acções firmes para fazer coincidir as palavras com acções” e que “esta alteração do analógico para digital representa uma nova era, tendo em conta os primeiros benefícios”.

Fim /MF/RN

DEIXE UM COMENTÁRIO

Digite seu comentário!
Seu nome